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Os avós, mais conhecidos pelas pessoas que alimentam as pombas nas praças públicas. Todos temos avós, alguns estão connosco e outros veem-nos lá de cima (ate quando estamos fazendo coisas impróprias no quarto).
Os avós são os pais dos teus pais por isso viveram em épocas muito diferentes e na altura era normal terem muitos filhos, e esses filhos ainda mais filhos (pior que coelhos) e isso explica o porque de a tua avó ter mais de cinquenta sobrinhos e netos. Por isso é que demoram até acertarem no teu nome. Outra coisa que as caracteriza é por serem muito carinhosas e uma visita a casa dos avós é sinónimo de ficar com as bochechas inchadas (uma vez, um amigo foi visitar a avó a uma casa de repouso e todos os avós vieram e puxaram-lhe as bochechas todos ao mesmo tempo… ele morreu).
Como já tinha dito os avós viveram noutros tempos, tempos mais naturais e não existia tanta tecnologia nem essas coisas… e isso reflecte-se na hora em que adoecemos. Hoje em dia quando adoeces vamos ao médico, tomamos comprimidos e injecções, blá blá blá… o normal. Mas se estas na casa da tua avó e adoeces, é um pouco diferente… exemplo:
Eu -Avó, acho que estou adoecer…
Avó - Tenho um remédio caseiro muito bom para isso.
Eu - Não se incomode, eu tenho uns comprimidos e isto já passa.
Avó – Mas que comprimidos e coisas do Diabo! Não há cá nada disso!
Eu – Mas avó…!
Avó – Cala-te e deita-te ali! Que te vou a curar!
-Primeiro vou por uma alface para curar as maleitas, um pouco de sumo de tomate como fazia a minha mãe ou o tomate inteiro, o ovo é bom para eliminar os germes assim que vai um pouquinho para que fiques bem, tens um bocadinho de febre? Suminho de laranja pela vitamina C e com isto vais-te sentir melhor amanhã.
E por favor, não tentem fazer isso em casa, deixem para as avós.
Com o passar do tempo os avós vão mudando e já não são os de antes… a pele enruga-se, usam dentes falsos e começam a ouvir cada vez pior.
E algo que me lembrei também relativamente ao carinho das avós é que elas nos tratam como se fossemos a melhor coisa do mundo mesmo que pareçamos ogres, desde pequenos elas nos habituam, falando do como bonitos somos, o especial que somos tanto assim que até acreditamos que somos. (Uma vez estava num bar e fui com a fé toda e perguntar a uma rapariga se queria dançar… ela riu e disse me a verdade, por isso dou um concelho as avós, não mintam aos netos se são feios e assim poupam lhe vergonhas no futuro, é o que irei fazer com os meus).
E da mesma forma que elas nos acham os mais bonitos elas também nos mimam em demasia. Lembro-me que a minha avó me dava dinheiro às escondidas acabando com um pedido para que eu não contasse aos meus pais… (agora que cresci acredito cada vez mais que ela era uma traficante de drogas internacional porque ela passava-me dinheiro muito bem escondido para que fosse legal.) Demasiada coincidência para que não esteja relacionado.
Outra coisa que as avós adoram fazer é cozinhar. Se não estão fazendo tricô, alimentar pombas ou a jogar cartas, estão a cozinhar. E da mesma forma como adoram cozinhar elas ainda mais adoram que nós comamos. Estas a comer na casa da tua avó e estas a acabar o almoço e a tua avó já te esta a servir mais um prato, terminas com esse prato e já te esta a servir a sobremesa, terminas a sobremesa e a tua avó já esta na cozinha a fazer o jantar. Por isso é que se costuma dizer que entramos a caminhar e saímos a rebolar.
Volto a lembrar que os avós foram criados noutra época onde não existia facebooks nem Internetes e com sorte havia rádio e então é por isso que a sua adaptação à tecnologia pode ser um pouco difícil mas é para isso que cá estão os netos… para os ajudar. (No outro dia a minha avó estava no meu portátil e ela começou a gritar com a “coisa do demónio”, que lhe dizia que se não fechasse a janela, não poderia continuar. Eu na minha calma respondi que apenas bastava fechar a janela e el fecha mesmo? A janela do escritório? Ou então quando o meu pai comprou um plasma e lhe ofereceu… ela ficou 15 minutos batendo palmas só porque viu uma televisão assim que ligava com as palmas ou pior, quando o meu avô ficou chateado com a minha avó porque a televisão não funcionava… isto falando de um microondas).
Eu sei que a minha avó não vai ler isto (mas também não escrevi para ela o ler) mas vou aproveitar a despedida para dizer o quanto a adoro! Um beijo à Avó Ezo!
Parece que já estou ouvi-la... "Vai trabalhar Rapaz!"
Estava com um casal amigo e um elemento do dito cujo dirige-se para o cônjuge que lhe diz com a voz mais diabética, melosa e açucarada de sempre "Amor, vamos para casa?" (Para ler a frase mais eficazmente, leiam de novo com voz de bebê cheio de comida na boca prestes a espirrar). Eu, claro, gozo com a situação como já os habituei a fazer quando me dizem: "Gostava de te ver na intimid..." e graças a Deus parou a meio. Como era de esperar, um sujeito depois de ouvir uma frase deste género só pensa: "Quer me ver foder, só pode!" Quando na verdade o que eles quiseram com isto era saber como falo com a minha cara metade quando estamos numa situação mais privada. Oh português, como és traiçoeiro.
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